Devaneios

Naquela tarde cinzenta, fiquei olhando os patos brincando na lagoa, as crianças correndo ao fundo e a um casal de namorados que estava em um banco próximo ao meu. Voltei os olhos para as páginas amarelas do meu livro favorito, sem saber o que estava lendo ou fingindo compreender seu verdadeiro sentido. Ainda era cedo para qualquer compromisso social, do tipo obrigatório que te deixa de péssimo humor. 
Fechei o livro e comecei a raciocinar sobre tudo aquilo que estava acontecendo. Era demais para uma pessoa se adaptar a uma situação completamente nova e ainda "ganhar" a responsabilidade de outra pessoa que pouco se importa com outrem. Começou pela raiva, que se esfriou e se tornou em uma mente fria e capaz de contornar a situação o melhor possível. 
Esses devaneios logo foram abafados pelos pingos da chuva que começavam a cair discretamente e que começava a engrossar. Correndo, consegui chegar seca em uma lanchonete. O melhor a fazer era esperar mesmo. Só não sabia o que deveria esperar: uma redenção, uma mudança ou simplesmente a esperança.


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